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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Programa de Pagamento por Serviços Ambientais vai pro ralo

“O mais intrigante é que esse projeto de lei foi aprovado com uma facilidade dificilmente vista”

Maria Rita Martins*
Segundo o Código Florestal, serviços ambientais é o conjunto de processos naturais dos ecossistemas capazes de assegurar a ocorrência da vida no planeta e a condições para as atividades produtivas, sendo o pagamento ou incentivo à esses serviços uma retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais como a manutenção de Áreas de Preservação Permanente e da Reserva Legal,  a conservação e o melhoramento do solo,  a conservação da biodiversidade e a conservação das águas e dos serviços hídricos.
Em 2010, com a renovação do contrato entre a Sabesp e a Prefeitura Municipal de Botucatu, foi acordado que pelos próximos 30 anos daquela data, a Sabesp destinaria 4% de sua receita líquida para a prefeitura municipal, sendo 3% destinados a obras de revitalização, infra-estrutura e saneamento ambiental e 1% para instituir um programa de pagamentos de serviços ambientais, como forma de preservação de nascentes, rios e córregos do município.
Para controlar esses recursos, referentes ao 1%, foi sancionada em 21 de maio de 2013 a Lei Complementar n. 1.045 na qual se criou o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PPSA), que, segundo seu Art. 1°, era direcionada ao proprietário ou ocupante regular de áreas rurais ou urbanas no município, que destinassem parte de sua propriedade para fins de preservação e conservação de serviços ecossistêmicos.
No entanto, na última sessão da Câmara dos Vereadores, no dia 22 de junho de 2015, foi aprovada por 8 votos a 2, a mudança da Lei n. 1.045. O novo projeto de Lei (n. 16 de 19 de maio de 2015), aprovado nessa sessão, permitirá que os recursos destinados ao PPS sejam utilizados para “a reservação e distribuição das águas e dos serviços hídricos”.
Recentemente, foi divulgado o interesse da Prefeitura de Botucatu e da Sabesp em estudos para a construção de um reservatório de água no Rio Pardo, onde hoje se encontra a barragem do Véu da Noiva. A mudança desta Lei do PPSA permitirá que um recurso que deveria ser utilizado pela população botucatuense, para a conservação e preservação dos recursos hídricos, seja usado por uma empresa de capital misto em investimentos próprios, os quais futuramente nos serão cobrados mensalmente nas contas de água e esgoto. Um recurso que deveria bonificar um proprietário rural que preservou suas nascentes, seus rios, contribuiu para a produção de água, a qual beneficiaria a todos, beneficiará quem explora o recurso natural e não o preserva.
O mais intrigante é que esse projeto de lei foi aprovado com uma facilidade dificilmente vista, sem passar por uma discussão com órgãos ambientais e, principalmente, sem o conhecimento da população.
A vereadora Rose Ielo (PT), numa tentativa frustrada de aprovação de seu requerimento n.504, ainda tentou apontar que existem outros recursos para se investir nesses estudos, como os 3% que podem e devem ser direcionados para saneamento público, mas tal requerimento foi reprovado.
Ainda mais intrigante é pensar que todo o novo Código Ambiental de Botucatu foi elaborado em função dos recursos que viriam do PPSA, como forma de incentivo a preservação dos mananciais.
Agora, fica a dúvida: Sobrarão recursos para bonificar quem preservou e manteve nossos rios em bons estados de conservação?
*Maria Rita Martins é Engenheira Florestal, Doutoranda em Ciência Florestal na Unesp/Botucatu e Coordenadora de áreas naturais protegidas – ONG SOS Cuesta de Botucatu

terça-feira, 23 de junho de 2015

O Fundo do PSA é nosso!



Temos que proteger nossas fontes de água antes que elas sequem!

PMPSA - Programa de Pagamento por Serviço Ambiental é um fundo que teve como primeira experiência a Costa Rica que, com este incentivo, conseguiu frear o desmatamento do país após conscientização da população pela proteção do meio ambiente; no México este fundo é utilizado para incentivar produtores a proteger e defender os mananciais e, assim, assegurar que haja água para esta e as próximas gerações. Países de terceiro mundo que vem na investida sobre o meio ambiente várias feridas e cicatrizes que devem ser tratadas.

Em Botucatu temos a Lei Complementar 23/ 2013 (leia a lei aqui http://bit.ly/1LhcCsF) que garante a existência deste fundo que deve ser divulgado para uso da população, produtor rural e garantir as nascentes e meio ambiente para as próximas gerações. De 2013 até hoje este fundo nunca foi utilizado por falta de esclarecimento à população e incentivo a isto, uma obrigação que é do poder municipal. Havendo este dinheiro em caixa “guardado” (ou ignorado), entrou em pauta na Câmara Municipal o Projeto de Lei 16/2015, de autoria do Prefeito João Cury Neto, onde votarão na próxima segunda, dia 22/junho/2015, se este investimento ambiental deve mudar de mãos e agora seguir para a construção de um bolsão de água, uma obrigação de investimento que deveria ser da SABESP pelas melhorias no abastecimento de água da cidade.

Não podemos aceitar que 1.) os investimentos que deveriam ser utilizados na proteção no meio ambiente de nossa região seja destinado a cumprir uma obrigação da SABESP, empresa de capital aberto que visa economizar seus investimentos para os acionistas e gastar o dinheiro da população, e 2) este fundo siga sendo ignorado ou uso não seja incentivado para proteção do meio ambiente.

O meio ambiente e nossas nascentes estão em nossas mãos, e a opção de abandonar nossas nascentes está agora nas mãos de nossos vereadores municipais. 

Não podemos aceitar que o dinheiro que deve ser utilizado para garantir a proteção das nascentes de água seja utilizado para cobrir um dever que é da SABESP, que só vem aumentando as contas do consumidor para garantir sua lucratividade, e agora quer o fundo do meio ambiente com a aprovação da Prefeitura e Câmara de Botucatu.

Vote NÃO ao Projeto de Lei 16/2015. Segunda-feira faremos mobilização antes da seção, às 19h, e entregaremos todas as assinaturas em mãos a todos os vereadores municipais na Câmara Municipal.

Não podemos deixar que deem este passo atrás! Vamos lá! Vamos todos e vamos juntos!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Reflexões sobre o Código Ambiental de Botucatu

Os apontamentos feitos neste documento tiveram como finalidade orientar os Vereadores da Câmara Municipal de Botucatu, para que  apresentassem emendas adequando o texto do PL às diretrizes e comandos existentes no ordenamento jurídico brasileiro, e, consequentemente unissem esforços na aprovação* de uma lei válida e eficaz, que estabelecesse um compromisso exequível entre o Poder Executivo e os Munícipes para a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Análise feita por:
Helga Lützoff Bevilacqua, OAB SP 260.001
Por iniciativa de Diogo de Castro Lopes
Leia clicando no link abaixo:

http://botucatu.com.br/anexos/comdema/Parecer%20Adequa%C3%A7ao%20C%C3%B3digo%20Ambiental%20de%20Botucatu_23.02.2014.pdf

Obs: O Código Ambiental de Botucatu foi aprovado em abril de 2015, saiba mais clicando aqui:

http://noticias.botucatu.com.br/index.php/izaias-colino-e-rose-ielo-comemoram-aprovacao-do-codigo-municipal-de-meio-ambiente/

 Leia na íntegra o Código Ambiental de Botucatu

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Meio Ambiente de Botucatu e região aviltado no CONSEMA

Plano de Manejo da APA Botucatu foi mutilado em votação do CONSEMA de 25/02/2014 sob a batuta vendida ao agronegócio do Secretário de Meio Ambiente Bruno Covas!


Agradecemos a todos que assinaram o abaixo assinado, mas infelizmente o resultado da votação do Plano de Manejo da APA Botucatu hoje no CONSEMA foi terrível, pois o agronegócio falou mais forte e o nosso Plano de Manejo foi mutilado de forma violenta através da exclusão de todos os mecanismos importantes de controle do uso de agrotóxicos e restrições ao plantio de organismos geneticamente modificados (OGMs) na área da APA. O atual secretário estadual do meio ambiente, Bruno Covas, representantes da FIESP, FAESP, CIESP Botucatu e os prefeitos do PSDB da região, através de carta
liderada por João Cury, orquestraram esse terrível resultado para o Meio Ambiente da nossa região.Como resultado não teremos os meios legais facilitados pelo Plano de Manejo para salvaguardarmos coisas básicas e vitais tais como as áreas de recarga do nosso Aquífero Guarani. Uma década de trabalho de vários técnicos e entidades ambientalistas foram jogados ao
lixo por interesses de uma minoria sem visão e comprometimento com o futuro das próximas gerações da nossa querida região. Resta-nos a mobilização política.Nossa vingança estará nas urnas, pois sabemos das ambições tanto do Bruno Covas, quanto do João Cury. Por favor divulguem, nossa arma é
desmascarar esses políticos e seus reais interesses!

Saiba mais sobre a APA Botucatu clicando aqui:
www.apabotucatu.blogspot.com

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Denúncia: Prefeitura combate mato das calçadas com Roundup

Ontem (04/07/2013) pela manhã, flagramos funcionários da Prefeitura aplicando Roundup nas calçadas da Av Dr Vital Brasil. Um deles, inclusive, estava sem máscara de proteção e o cheiro característico do herbicida era insuportável! Na administração do ex-prefeito Ielo também tivemos que fazer a mesma denúncia, pois esse método de combate ao mato que é inimigo da saúde pública e ambiental também já era aplicado. Cadê a consciência ambiental e o cuidado com a saúde da população e funcionários dos nossos prefeitos?

Leiam o texto abaixo para saber sobre os perigos extras que as recentes pesquisas apontam para o Roundup:

Em uma nova pesquisa publicada na prestigiosa revista Toxicology [1], Robin Mesnage, Benoît Bernay e Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen, na França, provaram, através do estudo de 9 herbicidas do tipo Roundup, que o composto químico mais tóxico não é o glifosato (seu princípio ativo e substância mais avaliada pelos órgãos reguladores), mas sim um composto que nem sempre é mencionado nos rótulos, o POE-15. Foram aplicados testes em 3 tipos de linhagens de células humanas e de espectrometria de massa (que avalia a natureza das moléculas) para identificar o composto e analisar seus efeitos.

O contexto: O glifosato é o “princípio ativo” do herbicida Roundup (da Monsanto), o mais utilizado do mundo, e de outras formulações comerciais parecidas. Ele foi avaliado em mamíferos previamente a sua autorização comercial. Mas os líquidos nos quais ele é diluído para compor os produtos comercializados, como em todos os agrotóxicos, contêm também adjuvantes classificados como “inertes”, frequentemente confidenciais, destinados a estabilizar o princípio ativo e permitir que ele seja absorvido pelas plantas, como espalhantes e umectantes. Dessa forma, esses herbicidas podem afetar todas as células vivas, inclusive as humanas. Isso porém acaba sendo negligenciado porque o glifosato e o Roundup são tratados como se fossem uma única coisa e a não toxicidade presumida do primeiro serve de base para as autorizações do segundo. Os órgãos reguladores e os fabricantes de herbicidas à base de glifosato fazem avaliações com o glifosato sozinho, e não com o herbicida em suas formulações comerciais. Os detalhes dessas avaliações são considerados confidenciais e mantidos sob sigilo pela indústria e órgãos de saúde e meio ambiente.


Conclusões e consequências: Este estudo demonstra que todos esses herbicidas à base de glifosato são mais tóxicos que o glifosato sozinho. Os níveis máximos de resíduos autorizados no meio ambiente e nos produtos alimentares parecem, portanto, equivocados. A toxicidade de uma bebida (como a água de torneira) regularmente contaminada por resíduos de herbicidas como o Roundup, assim como de uma alimentação de soja ou milho geneticamente modificados para tolerância ao Roudup, já foi demonstrada em estudo com ratos publicado recentemente (2) pela equipe do professor Séralini, que também publicou as respostas a todas as críticas que recebeu (3). Esta nova pesquisa explica e confirma em grande parte esses resultados científicos.

Mas, além disso, trata-se de uma grave questão de saúde pública. Não apenas as autorizações dos herbicidas do tipo Roundup devem ser urgentemente questionadas como também as normas de avaliação de riscos devem ser completamente revisadas e realizadas de forma transparente e independente. Na verdade, os órgãos de avaliação, que sempre chegam à mesma conclusão que a Monsanto a respeito da inocuidade do produto, estão falhando por seu laxismo e suas práticas confidenciais que evitam a realização de avaliações completas. A primeira etapa de uma nova avaliação pelas agências sanitárias é a disponibilização na internet de todos os dados relativos às autorizações e os pareceres favoráveis ao uso do Roundup e produtos similares. Os dados toxicológicos da indústria devem ser publicizados.

Os adjuvantes da família do POE-15 aparecem agora como novos princípios ativos de toxicidade sobre células humanas e devem ser regulados como tais. Devem ser considerados nos testes de toxicidade. Demandamos uma revisão dos processos de homologação dos agrotóxicos de modo a incorporar testes de longo prazo das formulações comercializadas e utilizadas no meio ambiente.

Além disso, uma vez que os compostos tóxicos confidenciais são utilizados de maneira generalizada nas formulações de agrotóxicos, é de se temer, a partir destas descobertas, que a toxicidade de todos os agrotóxicos existentes tenha sido fortemente subestimada.

Este estudo foi conduzido na Universidade de Caen com o suporte estrutural do Criigen(Comitê de Pesquisa e Informação Independente sobre Engenharia Genética), que faz parte da Rede Europeia de Cientistas pela Responsabilidade Social e Ambiental (ENSSERwww.ensser.org).

Nota à imprensa, Criigen em 21 de fevereiro de 2013.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Plano Habitacional e Sustentabilidade

Ao se projetar uma habitação, é necessário aproveitar ao máximo as condições bioclimáticas e geográficas locais, estimular o uso de construções de baixo impacto ambiental, garantir a existência de áreas permeáveis e arborizadas, adotar técnicas e sistemas que propiciem o uso eficiente de água e energia, bem como realizar a adequada gestão de resíduos. A habitação também deve ser duradoura e adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários, criando um ambiente interior saudável e proporcionando saúde e bem-estar aos moradores.
Com o Selo Casa Azul CAIXA, busca-se reconhecer os projetos de empreendimentos que demonstrem suas contribuições para a redução de impactos ambientais, avaliados a partir de critérios vinculados aos seguintes temas: qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas sociais.

Temos todos os instrumentos jurídicos, urbanísticos e programáticos para melhoramos a criação de nossos novos BAIRROS e não de novos empreendimentos imobiliários!